23 de março de 2012

Saco cheio de mimimi

O engraçado de quando se é novo é que você pensa que todo mundo que é mais velho tem razão.

"Ah, ele teve mais experiência de vida, ele sabe muito mais que eu! É melhor eu ouvir o que ele tem a dizer e seguir a risca se eu quiser me dar bem!".

Aí a gente vai crescendo e, mesmo não sendo velho o suficiente para ser considerado velho, a gente já começa a perceber que nem tudo é o que parece. Sim, somos imaturos quando mais jovens, mas o que estou aprendendo é que o principal agravante dessa imaturidade é, de fato, achar que quem é mais velho sabe tudo. Quando ficamos mais maduros, vemos (ou deveríamos ver) que quem é mais velho não necessariamente sabe mais do que a gente.

Quando eu era bem mais novo (não que eu seja velho), eu achava que ia chegar numa idade em que uma luz surgiria à minha frente e me contaria o Segredo da Maturidade e, a partir de então, tudo estaria claro e eu saberia lidar com as situações cotidianas da mesma forma que eu sabia lidar com um videogame. Seria só uma questão de saber qual botão apertar e em qual momento.

Mas, crescendo um pouco mais, é fácil perceber que as pessoas só são maduras de fato com aquilo que elas já experimentaram, viveram e, com ou sem cicatrizes, superaram. E todos, da idade 8 a 80, são ignorantes naquilo que nunca vivenciaram. Chegando ao ponto de serem prepotentes, juízes do certo e errado, simplesmente infantis com o desconhecido.

Mas o que isso tem a ver com esse blog? Pois é... meu visto está para sair (em menos de 20 dias, se o Universo gostar de mim) e nesses quatro anos de vai e vem para a Holanda, provavelmente a coisa que eu mais ouvi foi: "brasileiro vai pra Europa achando que vai ficar rico e acaba lavando prato e voltando pro Brasil, falando que aqui é o melhor lugar do mundo. Aquilo não é o paraíso que é aqui, não."

Sério mesmo, com certeza existe exceções à regra, mas a maioria das pessoas que vão pra Europa lavar prato vai ilegal, sem ninguém por lá, sem nenhum meio de suporte, sem sequer falar o idioma local.

Acho que meu caso é bem diferente, estou indo com uma família por lá de pessoas muito boas, com a mesma condição que a minha família por aqui sempre me deu. Vou falando o idioma quase fluentemente (e será fluente com a prática que só a convivência pode me dar). Vou estar 100% legalizado no país, com direito ao sistema de saúde, trabalho, benefícios do governo...

"Ah, mas isso não garante que vai ser um paraíso".

Com certeza, não garante. Mas o que eu tenho no Brasil que eu não terei lá? Vamos ver:

- Suporte familiar (ninguém é substituível, mas não posso levar ninguém na mala)
- Falo a língua local
- Sou um cidadão legal
- Plano de saúde
- Direito a trabalhar
- Benefícios do governo (esse eu acho que, na verdade, no Brasil eu não tenho...)

"Ah, então por que você vai morar lá, se vai ser praticamente igual aqui?"

Eu estou indo para lá para estudar numa universidade decente (ou vão discutir comigo que o ensino daqui é melhor que lá, também??) e para poder morar com minha namorada/noiva/o-que-seja (e atire a primeira pedra aquele que não mudaria para ficar com quem ama).

"Tá, mas continua não sendo esse paraíso que você diz que é."

Não digo que seja um paraíso, jamais disse essa palavra me referindo à Holanda ou qualquer outro país.

O que acontece é que me entristece ver brasileiros, às vezes donos de empresas, pagadores de impostos, falando que aqui não está bom, mas lá não vai ser também.

Não acho que eu esteja me dirigindo ao paraíso. De forma alguma. Passei muito tempo lá para já ter o gostinho do que me espera. Mas o que me espera?, e no que o Brasil é diferente de lá?

O mais básico, a começar pelo pagamento de impostos: não vejo nada de errado com pagarmos 37% de impostos no Brasil. CALMA! Eu acho, sim, que pagar impostos é importante para um país e, mesmo na Holanda, a carga é similar à do Brasil.

O que acontece é simples e todo mundo sabe: roubalheira, maracutaia, trambique, FILHOS DA PUTA.

No Brasil a gente paga TRILHÕES de reais em impostos. Pagamos o DOBRO, quando não o TRIPLO por qualquer coisa: carros, computadores, comida, gasolina... adicione a gosto.

Todos esses trilhões deveriam ser aplicados de volta ao país, certo? Recapeando ruas, fornecendo iluminação pública, hospitais, escolas, aeroportos, portos, estradas, transporte coletivo, bla bla bla...

Só que aqui, ao andarmos no carro pelo qual pagamos o dobro, passamos num buraco que deveria ter sido coberto com o dinheiro de impostos, quebramos uma mola e pagamos (caro) para consertar.

Ao passar no buraco, machucamos a testa, está sangrando. Precisamos ir a um hospital. Então usamos nosso plano de saúde (muito caro) para podermos ser atendidos com alguma decência.

E, claro, queremos um médico muito bem estudado para nos atender. Então esperamos que, ou ele tenha estudado o bastante para entrar numa daquelas 3 faculdades públicas que fato são boas, ou ele tenha tido muito dinheiro para pagar por seus estudos.

Com o carro no conserto, temos que voltar para casa de alguma forma. Mas o ônibus que passa perto do hospital está lotado, atrasado ou simplesmente não vem, por que quebrou por falta de manutenção ou foi apedrejado, tacado fogo etc.

Então, no lugar dos R$3,00 que gastaríamos com o busão, pegamos um taxi, que vai sair uns R$80,00, já que o trânsito está um caos porque que um ônibus (aquele que não veio) quebrou e congestionou 7 km de vias na cidade, já que a empresa (paga pelo governo) responsável pela remoção do ônibus demorou 4 horas para ser acionada.

"Ah, mas você acha que na Europa não existem esse problemas?"

Existem. Mas vamos ver se é igual.

Meu plano de saúde no Brasil cobra mais de 500 reais e me cobre alguns hospitais.
O plano de saúde do governo holandês cobre todos os hospitais e clínicas do país (e preciso checar para ter certeza, mas acho que cobre a Europa também) e custa 70 euros por mês.

O carro que temos na Europa custou 7000 euros. Não existe no Brasil, mas pela média, ele custaria mais de 35.000 reais aqui, fora custo de IPVA e consertos por ruas esburacadas.
Na Holanda esse caro não paga impostos, nada de IPVA, nada de nada. Comprou, acabou.
E as estradas e ruas são um tapete. Nem aqueles remendos mais escuros vemos.

Para estudar numa universidade da Holanda, qualquer cidadão tem direito a receber um empréstimo para pagar por seus estudos.
Esse empréstimo só deve ser pago de volta caso você não finalize o curso.
Em questão de qualidade de ensino, você deve morar Lua se nunca ouviu falar "nossa, ele estudou na Europa!!".

Os serviços do país: se você já passou por um grande aeroporto europeu, não precisa saber como são as coisas por lá. Grandes, modernos, funcionais. E muitos com um trem/metrô que para DENTRO do terminal.
Agora vá estacionar seu carro em Guarulhos e me conta como foi.

Poderia continuar aqui, mas me estenderia demais (como por exemplo os ônibus têm um itinerário com precisão de minutos e se/quando atrasa são 2 minutos).

Mas o que eu quero mostrar é que, se pagamos o mesmo tanto de impostos que os holandeses, por que não podemos ter o que eles têm? A resposta é simples: roubalheira, maracutaia, trambique, FILHOS DA PUTA.

E o que me deixa putíssimo é esse conformismo do brasileiro "ah, lá tem problema também".

DIGAMOS que esse seja o caso. Se lá não é um mar de rosas, de fato. E DAÍ? Se lá é ruim, temos que nos conformar que aqui também não é? Se a Europa é uma merda, então o Brasil tem que ser também?

Isso derrota o propósito do argumento: se lá é ruim e aqui é ruim, aqui não pode ser melhor, já que lá é a Europa.

Quer dizer que aqui não vai ser melhor, já que a Europa é melhor que o Brasil. Mas a Europa não é melhor que Brasil.

Hã??

A qualidade de vida do Brasil não tem que se medir através da Europa. A qualidade de vida do Brasil tem que ser boa, independente do resto do mundo, por que aqui é o meu país e é aqui que tem que funcionar.

Mas eu sou uma formiguinha num formigueiro e só posso viver uma vez. E se aqui não tem sinais de melhora, eu vou pra onde é, talvez não um paraíso, mas pelo menos melhor aqui. E isso é com certeza.

NOTA FINAL

Não vou deixar esse post acabar com essa idéia de que acho o Brasil um inferno. Pelo contrário. Adoro o Brasil e as pessoas que estou deixando para trás.

Mas o que é ruim, de fato, é o BRASILEIRO.

Povo mal educado, egoísta, hipócrita, mau caráter mesmo. Para toda regra, existe exceção. Tem muitos e muitos brasileiros bons, gente a quem eu confiaria muita coisa. Mas num país de 190 milhões de pessoas, essa minoria mau caráter ainda forma um número muito grande de pessoas.

Isso vemos no trânsito: ninguém respeita preferência, brasileiro só anda na velocidade permitida quando passa pelo radar, muda de faixa quando quer, atravessa a rua sem olhar, fala ao celular.

Sabe, as leis de trânsito não estão aí por que os caras são chatos. Se você só pode andar a 90kmh na marginal, MOTIVO TEM. RESPEITE.

Acontece muito comigo de tirarem sarro da minha cara por que escrevo direito. O brasileiro é o único povo que eu já vi (talvez tenha mais, mas AQUI é a minha realidade e AQUI é que tem que ser bom) que te faz se sentir mal por fazer as coisas certas e te dá um puta mérito por fazer as coisas erradas.

Se você escreve errado e anda a 120kmh na marginal falando ao celular, você tem uma puta moral, você é o foda.

Faça o contrário e você é um babaca.

Na Holanda você é só mais um. Você faz tudo certo, não precisa ser o foda.

Eu vou pra lá ser só mais um. E tá de bom tamanho.

E essa é MINHA escolha, pode ser que eu me foda e dê tudo errado. Mas isso pode acontecer em qualquer lugar. Na Holanda, no Brasil, na Lua.

Então, com todo respeito, parem de me encher o saco e aprendam, de uma vez por todas, que a SUA realidade e vasta experiência de vida não te fazem saber tudo sobre tudo. E existem coisas que você não sabe, não conhece.

Eu não sei de tudo também, mas eu sei daquilo que me cerca e sei onde vou pisar com meu próximo passo.

Pode ser um passo em falso para mim, mero aprendiz. Mas o seu próximo passo, exímio sábio, pode ser em falso também.




21 de janeiro de 2012

Gastos com o visto e V Nummer chegou, agora senta...

Continuando o último post, eu vou colocar aqui os gastos que eu tive com o processo apenas no Brasil. O que o gringo vai ter que gastar por lá não entra nessa conta (por ex: os 1250 euros para o MVV e depois cerca de 300 euros para o Verblijfsvergunning, entre outros).

A tabela engloba muitas das coisas que eu descrevi no último post e também te dá uma noção do tempo que levou.

O detalhe a se prestar atenção, no meu caso, é que todo o processo feito com o MRE foi feito em Brasília por um despachante (contato dessa pessoa no fim do post).

Com o despachante sai mais caro, sim (os preços na tabela já incluem o preço do despachante nas respectivas etapas), mas vale a pena.

- Motivo 1: a parte que tem que ser feita pelo MRE, se você for de São Paulo, pode demorar MUITO para ficar pronta (já ouvi casos de mais de 30 dias), já que eles atrasam e deve ser feita por correio. Enquanto o despachante de Brasília faz isso pessoalmente no MRE de lá e sai na hora.

- Motivo 2: se você fizer as contas (ainda pensando em SP), o que você gasta de gasolina, estacionamento e stress nessa cidade pra fazer as coisas, o "mais caro" do despachante pode parecer bem razoável e atrativo.

- Motivo 3: Você envia tudo para o despachante por Sedex, e ele já faz também legalização na Embaixada da Holanda em Brasília, coisa que você teria que fazer por si só também e já está incluso no preço dele.

Depois de fazer tudo, o despachante ainda envia os documentos para o tradutor juramentado de sua preferência, que entrará em contato com você posteriormente para combinar o preço da tradução e Sedex de volta para você.

É uma mão na roda e eu acho que vale a pena.

No meu caso, a despachante enviou tudo já legalizado (tanto no MRE como na Embaixada) para uma tradutora que eu escolhi em Holambra (interior de SP), que por sua vez, enviou os documentos originais e as traduções por Sedex para mim. O tempo que isso levou está na tabela.

Os documentos chegaram na minha casa, eu não enviei nada por correio para a Holanda. Apenas é necessário escanear tudo (eu fiz tanto os originais como as traduções) e enviar por email para o gringo se virar por lá, junto com o scan das páginas de identificação + as páginas utilizadas de seu passaporte + o resultado positivo do Basisexamen Inburgering.

Ela juntou toda essa bagulhada com os documentos dela, enviou para o IND e aguardamos a confirmação de recebimento.

Ontem recebemos a carta de confirmação com o V Nummer, o número de protocolo que vc deve usar ao contatar o IND para saber como vai o andamento do seu processo.

A carta está datada em 19/01/2012, o que significa que é a partir desta data que os 90 dias começam a ser contados até recebermos um parecer do IND. Mas isso pode levar menos tempo, tem gente lisa por aí que conseguiu o MVV em menos de um mês. Eu adoro vocês, viu? xD

A gente chegou a entrar em contato com o IND para perguntar se realmente eu teria que ficar no Brasil até receber a resposta. Seria bom ir passar um tempo lá para dar um trato no apê novo que compramos, maaas ,vou ter que esperar...

O IND diz não poder proibir ninguém de ir para a Holanda, mas eles não recomendam.

Eles disseram que o prazo mínimo para um parecer sobre o seu MVV está em 6 semanas a partir da data da chegada dos documentos. Após esse período, eles podem entrar em contato com vc ou com seu parceiro pedindo novos documentos (como sabemos que acontece com freqüência).

Se eles pedirem algum documento que os deixe perceber que você está na Holanda durante a avaliação do MVV (pode ser o carimbo no passaporte ou até o selo holandês no envelope), a resposta será negativa automaticamente.

O motivo: eles dizem que muitos pedem o MVV, vão para lá e não voltam para o país de origem para pegar o documento, ficando ilegais.

Então para evitar que as pessoas façam isso e ao mesmo tempo não proibir ninguém de viajar, a jogada é negativar o MVV.

Então não recomendo. E vou ficar por aqui, também.


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Despachante em Brasília

GIOMARA SOUSA SOARES

TELS: + 55 61 3225-2581 / 3225-3133 / 9926-0526.
FAX : + 55 61 3225-5842.
E-mail: gss72@hotmail.com


21 de dezembro de 2011

Agora o bicho voltou pra pegar

Eu havia parado de atualizar este blog faz alguns meses já, mas o motivo foi simples: eu tenho ido e voltado à Holanda em intervalos regulares, já que como orgulhoso brasileiro que sou, eles me liberam apenas 3 meses em cada 6.

Simplificando, a cada 180 dias, um brasileiro tem direito de passar 90 na União Européia. E não, não há jeito de burlar isso dando uma saidinha pra África e voltando.

Talvez se você voltar ao Brasil e renovar seu passaporte, seja uma maneira, mas sai muito caro.

Mas agora eu tomei vergonha na cara... não, mentira, não tem nada a ver comigo. Para residir na Holanda por mais de 3 meses, você deve ter um "patrocinador", no meu caso a namorada. E esse "patrocinador" precisa ter meios de te sustentar lá, mesmo que você seja um honesto cidadão trabalhador. Ou seja, minha namorada precisa de um emprego com contrato maior que 2 anos e um salário de pelo menos 120% do salário mínimo holandês.

Tá fácil, viu...

Ela conseguiu esse contrato agora em dezembro, então é só agora que coisa vai andar.

Vou descrever abaixo alguns passos que tive que tomar até agora para conseguir meu visto holandês (que ainda não saiu), já que sei que muita gente acaba achando esse blog no Google e afins.

REQUISITOS PARA O VISTO MACHTIGING TOT VOORLOPIG VERBLIJF (MVV)

Belo nome, não? Significa Visto de permanência temporária.

Mah, porra, "temporária"? Pois é, com ele você só pode ENTRAR na Holanda. Para FICAR por lá, você deve requisitar, assim que chegar, o Verblijfsvergunning (Permissão de estadia), que é o que te deixa ficar lá por mais tempo (1 ano a princípio, estendido depois a cada 5 anos).

Simplificando, se você namora um desses seres únicos e branquelos, o que ele vai precisar para te trazer para a Holanda (e lembre-se sempre disso: ele(a) é quem te traz, não é você quem está indo) é:

- Um emprego com contrato mínimo de 2 anos.
Na verdade o tempo exigido é menor, mas durante a burocracia toda, você vai gastar um tempão (e uma grana) até ter que de fato mostrar o contrato para o órgão de imigração. -- E o contrato deve ter a validade de no mínimo 12 meses a partir da data da postagem.
- O salário deve ser de 120% do salário mínimo holandês
O valor exato exigido varia todo ano. Para saber exatamente o valor exigido quando você for fazer o pedido, cheque no site (inglês ou holandês).

E agora a parte divertida, feita para te fazer desisitir. A exigência para o brasileiro:

- Ser aprovado no Basisexamen Inburgering (Exame Básico de Integração Civil)
O exame é feito na embaixada/consulado da Holanda mais próximo de você e custa 350 euros (que devem ser pagos na Holanda pelo gringo em questão).
O exame é 100% em holandês e oral, mas você recebe uma apostila durante a prova e se falhar, pode repetir (desde que pague gentilmente a quantia de 350 euros novamente).

Existem diversas maneiras de se preparar para o exame:

- Professor particular
Eu tive aulas com duas pessoas muito boas, nativas. Um foi o Jan, que mora na Zona Norte de SP -Link
A outra foi a Carmen, que dá aulas na Av. Paulista - Link

- Material didático
Deve ser comprado na Holanda (salgado) e enviado para você. O material é todo em holandês e te prepara para o exame. Mas é um material muito extenso e complicado e 100% em holandês. Eu prefiro gastar essa grana com aulas.

- Comunidades do Orkut
Sim, ele ainda vive. Lá tem algumas comunidades com pessoas passando pelo mesmo perrengue dispostas a se ajudar. -> Link

PROCEDIMENTO

A check list para a obtenção do MVV:

- Gringo na Holanda solicitar pelo site do Ind o agendamento do exame para você na embaixada/consulado de preferência e pagar os 350 euros
- Você comparece à embaixada com seu passaporte e realiza o exame (válido por 1 ano, então só agende quando tiver certeza que todo o resto está em ordem, como o contrato de trabalho do gringo)
- Você precisará emitir uma segunda via de sua certidão de nascimento (não pode ser antiga).
- E também pedir a dois conhecidos de longa data para que se dirijam a um cartório e façam uma Declaração de Estado Civil, declarando que te conhecem há anos e que você não mantém nenhum tipo de relacionamento com ninguém, ou seja, que está solteiro, apesar de estar namorando o(a) gringo(a). ATENÇÃO: Não serve VOCÊ declarar que está solteiro. Os dois amigos devem fazê-lo. Você nem precisa estar presente, mas a conta sai cara pra deixar na mão dos amigos.

- Depois de conseguir esses dois documentos, você deve enviá-los ao MRE (Ministério das Relações Exteriores) para legalização. O procedimento você encontra aqui.
- Após o MRE devolver os documentos legalizados, você ainda deve legalizá-los na embaixada/consulado da Holanda, o que fica pronto na hora.

- Após legalizados por ambos os países, os documentos devem ser traduzidos para o holandês por um tradutor juramentado. A dica: certifique-se de que o tradutor juramentado seja reconhecido pelo Brasil E pela Holanda. Existem muitos que são reconhecidos apenas no Brasil e o carimbo deles pode valer menos que nota de 3 reais na Holanda. Esse erro não te sairá barato.

- Após traduzidos, você deve escanear os documentos para que o seu parceiro na Holanda os envie para o Ind, junto com toda a papelada que ele(a) deverá reunir por lá também. A partir desse momento, você deve ficar no Brasil até a conclusão do processo.

Agora é só esperar até 90 dias para obter uma resposta do Ind. Que é onde eu estou agora.

Caso positiva, você se dirige à embaixada/consulado onde receberá o adesivo do MVV no passaporte após o pagamento da singela taxa de 1250 euros (!!!).

Com o MVV colado, você terá outros 90 dias para ir para a Holanda e, por lá, pedir o Verblijfsvergunning.

Eu vou postar depois os gastos que eu tive com o visto, para dar uma noção melhor do quanto vai sair a brincadeira e também vou atualizando o status do meu MVV.

Minha dica principal é: aprenda essa língua maldita.

26 de novembro de 2010

Cidade de merda...

Estou chocado com o que tá acontecendo no Rio no últimos dias.

Quer dizer, não tinha como ninguém prever isso.

Não é como se desse pra prevenir um inferno de tal magnitude.

E a polícia, coitada. Tudo gente inocente e decente correndo risco de vida na mão dos bandidos.

Não é como se tivesse um monte de gente da polícia levando muito por trás disso. De que maneira, não me pergunte. Mas que tem, tem.

Ou será que tudo isso tá acontecendo pois a polícia, dessa vez, deixou de levar algum?

18 de novembro de 2010

Lembra quando "ficar alto" significava subir num banquinho? Quando "proteção" era usar um capacete? Quando a pior coisa que você podia pegar de uma menina era sapinho? A única raça que importava era no futebol? Guerra era apenas Nas Estrelas. E a única droga que você conhecia era o palavrão? A única dor que você sentia era se ajoelhar de shorts e "adeus" significava "até amanhã"?

E você mal podia esperar para crescer.

Peter Pan é quem tem razão.

9 de novembro de 2010

Mais uma gringa na minha vida!

Nesse fim de semana, Ellen e eu saímos para jantar com Danielle e seu namo...rido? Alexandre.

Ela é americana e mora no Brasil há alguns anos. Mulher de coragem, fala sério?!

Ela mora longe de SP. Tipo... LONGE. Quase 6 horinhas dirigindo, mas é um lugar que lembra muito a Holanda, pelas fotos. Mas eu encho tanto o saco dela no blog dela, que quando ela veio pra SP, achou legal a gente se trombar! O blog dela é ótimo pra você entender como o povo brasileiro é tosco.

Muitas coisas que a gente acha natural (como a futilidade de garotinhas de academia), Danielle tem o dom de mostrar pra gente de uma maneira renovada. Vale a pena ler (se você souber ler em íngrixi!)

Não conseguimos tirar fotos, já que o garçom do Galeto's (atrás da Av. Paulista) estava muito ocupado pra nos ajudar.

E eu ia levá-los até o Pico do Jaraguá, também, para terem aquela vista de SP, mas não rolou de última hora. Mas já está marcado pra próxima vez!

E quem sabe eu vá pra Caipirópolis visitar os dois também!

Como ela mesma disse, we are just too cool for our own words.

4 de novembro de 2010

Paulistanos

Recebi isso por e-mail e é quase um completo raio-x de mim mesmo. Tirando algumas coisas que eu não faço, mas alguns paulistanos que lerem com certeza fazem.


VOCÊ SABE QUE ALGUÉM É PAULISTANO QUANDO...

Na fala:

a) chama o semáforo de 'farol';
b) diz 'bolacha' em vez de biscoito;
c) diz 'cara' em vez de menino;
d) diz 'mina' em vez de menina;
e) diz 'bexiga' em vez de balão;
f) diz 'sorvete', tanto para picolé como para sorvete de massa;
g) acha que não tem sotaque nenhum;
h) ri do sotaque de todo mundo (gaúcho, carioca, mineiro, nordestino,etc...);
i) vê uma pessoa mal vestida e chama de 'baiano';
j) é extremamente possessivo, pois emprega a palavra 'MEU' em praticamente todas as frases.

No clima:

a) fala sobre o tempo para puxar assunto;
b) enfrenta sol, chuva, frio, calor, tudo no mesmo dia e acha legal...
c) sai todo agasalhado de manhã, tira quase tudo a tarde e põe tudo de volta à noite;
d) tem mania de levar o carro para polir no sábado ou no domingo. O carro fica brilhando, só que toda vez que vai sair com ele para passear... CHOVE.

Na praia:

a) fala que vai para praia sem especificar qual;
b) fica a temporada no Guarujá, Maresias ou Ubatuba, mesmo que chova mais do que faça sol;
c) fala mal da Praia Grande, mas toda virada de ano fica sem dinheiro e acaba indo para lá.

Nas esquisitices:

a) faz fila para tudo (elevador, banheiro, ônibus, banco, mercado,casquinha do MC'DONALDS, etc.);
b) repara nas pessoas como se fossem de outro planeta;
c) cumprimenta os vizinhos apenas com 'oi' e 'tchau';
d) espera a semana inteira pelo final de semana e quando ele chega, acaba não fazendo 'nada';
e) convida: 'Passa lá em casa', mas nunca dá o endereço;
f) chama o povo do interior de São Paulo de 'caipira'.
g) ri do "uai" mineiro e esquece do seu "né"